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Não se apaixone pelo PA, pelo menos não sozinha

A história não é nenhuma novidade, domingo à tarde, sol rolando lá fora, você preguiçosamente estirada no sofá pensando no que fazer para aproveitar o finalzinho do fim de semana. Como não tem nada de interessante passando na TV você decide ir ao cinema. Mas cinema sozinha é meio deprê, principalmente aos domingos. Então você liga para o Pedro, aquele colega das antigas que você pega de vez em quando. Vocês assistem um filme bacana e depois esticam para a sua casa com o pretexto de fechar o dia com uma taça de vinho. Saldo da noite: uma sessão deliciosa de sexo sem compromisso. Abençoados sejam os PAs, também conhecido como Pinto Amigo (ou Fucking Friend para quem domina o idioma da Rainha).

Se você desconhece os benefícios do sexo delivery, minha cara, você não sabe o que está perdendo. É uma delícia poder transar sem frescura e sem a pressão de ter que impressionar o sujeito na esperança que ele ligue no dia seguinte. Você e o PA se conhecem o suficiente para saber o papel que ocupam na vida um do outro. E isso, ao contrário do que certamente vão dizer os moralistas de plantão, é libertador. Se bem que ninguém que merece respeito se importa de verdade com o que dizem os moralistas de plantão, né?

O problema é que de vez em quando a gente confunde os canais e começa a achar que os encontros casuais podem evoluir para algo além do sexo. Aí, amiga, é roubada na certa. Eu sei que todo mundo tem seus altos e baixos. Seus dias de diva e de dita. E que nas ocasiões em que a nossa moral está meio baixa a gente se apaixona até pelo sujeito que segura a porta do elevador. Mas não pode, tá? A carência é a pior conselheira que existe. Pior até do que a tequila. Então, quando bater aquela sensação de cão sem dono resista à tentação de promover o PA a pretê. Porque é tudo coisa da sua cabeça. Mesmo.

Não estou dizendo que os afetos não possam mudar. Mas os relacionamentos só podem ser construídos a dois. Ou seja, embarcar sozinha na história é pedir para sofrer. Além disso, não é porque o cara é uma companhia agradável para um programa no meio de uma tarde modorrenta e vocês se entendem na cama que ele necessariamente sirva para ser seu namorado.

Se o papo é bom, se a química é incrível, se o tipo de humor bate, pode ser que role da história de vocês se transformar em algo mais complexo do que sessões de sexo quando a agenda de ambos está livre. Eu disse "pode ser" e não "será". O processo para sair de um ponto e chegar ao outro não é fácil e convém percorrê-lo com cuidado sob o risco de perder o PA e continuar sem namorado.

Propor programas diferentes daqueles que vocês geralmente fazem é um bom caminho para saber se o cara está a fim de ser algo a mais. Chamá-lo para uma reunião com seus amigos, por exemplo, é uma forma segura de convidá-lo a fazer parte do seu mundo sem colocar o sujeito contra a parede. O fato dele topar não quer dizer nada, mas é um jeito de ver como ele se comporta em outras situações e mostrar um lado seu que ele talvez não conheça. Pode ser um começo.

Eu particularmente não acredito que um PA possa virar um namorado. A gente tem o hábito de estabelecer de forma rígida os papeis que cada pessoa representa nas nossas vidas. Mudar isso dá trabalho e o ser humano é preguiçoso. Se você está a fim de tentar, boa sorte. Torço, de verdade, para que tudo dê certo e vocês se transformem em um daqueles casais que irritam a gente de tão fofos. Se não rolar, paciência. O amor, assim como a natureza, é feito de tentativa e erro. Quem sabe da próxima vez você acerta.

Autor: Arthur Henrique Chioramital


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